Monday, May 27, 2013

A discussão sobre os papéis sociais invade a telona.

Educar X Ensinar. Esse binômio nunca esteve tão presente nas discussões que envolvem a delimitação dos papéis de duas instituições sociais fundamentais: a escola e a família. 


Num passado não muito remoto esses limites eram bem definidos: à família cabia educar através de códigos de regras transmitidas de geração em geração; à escola, cabia ensinar e capacitar o indivíduo.

Com as frequentes e profundas alterações pelas quais passaram essas duas instituições nas últimas décadas, os papeis passaram a se confundir e, a certo ponto, a se inverterem, causando um mal estar social e gerando uma polêmica difícil de ser resolvida. Na produção franco-canadense Monsieur Lahzar (ou "O que traz as boas novas"), o assunto emerge de uma maneira dramática. Logo pela manhã, ao entrar na sala de aula antes dos colegas, um aluno se depara com o corpo de sua professora, que se enforcou alí mesmo, na noite anterior. Como tinha pressa e não encontrava nenhum professor disponível, a diretora decide contratar um candidato de origem argelina, o qual apresenta um bom currículo, comprovando anos de experiência tanto em seu país de origem quanto no Canadá, país que o acolheu. O que ninguém sabia, porém, era que o argelino estava se recuperando de uma tragédia pessoal, na qual toda a sua família havia sido assassinada e também do fato de que ele ainda estava requerendo sua permanência definitiva no país. A diferença cultural entre ele e os alunos já se evidencia nos primeiros dias de aula.
 
Ao mesmo tempo em que as crianças tem que lidar com uma situação tão inquietante como a morte, elas ainda enfrentam os métodos ultra-tradicionais do novo professor, tão contrastantes com os da antiga. O que prevalecia no ambiente da sala era o sentimento de opressão pelo fato de não poderem e não serem incentivados a falar sobre o ocorrido de forma clara e manifestar suas opiniões e sentimentos. 

Diante disso, o professor, que também sofre em segredo, procura abrir espaços de discussão aos alunos, mas é duramente repreendido pela direção. Essa distância entre os professores e os alunos fica evidenciado quando, durante uma conversa com um colega, ele ouve que as crianças tem que ser tratadas como "radioativas", ou seja, que nenhum contato mais próximo deve ser mantido entre eles.  Esse fato é confirmado durante uma reunião com os pais de uma das alunas na qual eles deixam bem claro que o papel do professor é o de ensinar e que cabe exclusivamente a eles, os pais, a função de educá-la.  Apesar da frustração, Lahzar  se aproxima mais efetivamente de uma de suas alunas, a qual enxerga no mestre uma referência para suprir a falta da mãe, sempre distante pelas obrigações profissionais.

É durante uma atividade de redação, porém, que o tema sobre a morte da professora vem à tona com mais força. Durante uma discussão entre os alunos, se sugere que o suicídio da professora pode ter sido causado pelo fato de a mesma ter se desequilibrado emocionalmente e desenvolvido uma forte depressão após ser duramente reprimida pelo fato de ter acolhido e tentado ajudar um aluno com problemas familiares. Apesar de presenciar a necessidade emocional de seu aluno, ela tinha que conviver com a angústia de ter que se limitar à sua função de professora, ou seja, ensinar. Porém, o fato de ter sucumbido e deixado aflorar seu lado humano nessa relação tão inevitável foi o erro trágico dessa mulher dentro de uma sociedade cujos limites são bem claros e definidos!               














A metodologia do Romantismo - apresentação trabalho Metodologia

Poder falar sobre temas como amor, escravagismo, indianismo, nacionalismo, com dia e hora marcados? Os alunos do quinto semestre de Letras do campus ABC puderam vivenciar essa experiência durante atividade proposta pela professora Eleandra Lelli. A cada semana, um grupo apresenta uma aula cuja temática é Literatura.  Na semana retrasada foi a vez das alunas Fabiana, Lukyane e Bianca apresentarem o Romantismo.
O Movimento foi abordado a partir de suas origens na Europa do século XVIII até sua chegada ao Brasil com suas três fases características.
Em 1836, a obra "Suspiros poéticos e Saudades", de Domingos Magalhães, marca o início do Movimento Romântico em terras tupiniquins.  A obra, dividida em duas partes, expressava duas características Românticas: o desejo de liberdade e aventura e também o saudosismo.
Após a Independência do Brasil de Portugal, ocorrida alguns anos antes, a nação, em busca de uma identidade própria, mergulhou em suas raízes. Dessa necessidade de caracterização surgiu a primeira fase do Romantismo: a Indianista (ou Nacionalista). Nessa fase, como diz o próprio nome, o "índio" foi eleito como herói nacional e era a personagem de maior destaque nas obras do período. Ele representava toda a bravura, coragem e beleza da raça brasileira (ao contrário dos portugueses e dos negros).
Nossa natureza também era exaltada, assim como tudo que era considerado de origem nacional como lendas, mitos folclóricos.  Dentre os autores do período podemos citar Gonçalves Dias e José de Alencar.
Depois foi a vez de falar do exagero do amor ultra-romântico que marca a segunda fase do Romantismo. A apresentação iniciou com a música "Exagerado", de Cazuza, a qual ilustra muito bem as características dessa fase: sofrimento intenso por um amor idealizado, pensamentos e desejo de morte como forma de atenuar esse sofrimento.

Capa do Romance Iracema, de José de Alencar.

Condoreirismo: essa é palavra que define a terceira fase do Romantismo no Brasil. Ela provém da palavra "condor" referência à ave de rapina que representa a liberdade. Essa fase traz a tona aspectos sociais e vislumbra toda a liberdade pregada pelo Movimento. Ao final, a aluna Bianca apresentou e analisou o poema "Navio Negreiro", de Castro Alves, poeta baiano que foi ferrenho defensor de causas anti-escravagistas assim como de outros aspectos que estavam na vanguarda social tais como a equiparação de direitos entre gêneros. Além disso, suas poesias líricas deixavam transparecer todo o sentimento amoroso vivido por esse ícone de nossa literatura romântica , o qual teve sua vida ceifada aos 24 anos de vida.


O casal ultra-romântico Romeu e Julieta, de Shakespeare.

 

Navio Negreiro.


Tuesday, May 14, 2013

Completo, ilha das flores - filme curta metragem

O USO DE  NOVAS  TECNOLOGIAS E A RELAÇÃO ENSINO-APRENDIZAGEM.

Os ambientes virtuais disponíveis atualmente sem dúvida descentralizam o poder de autoria das mãos de um só detentor e faz com que o sentido de "autoria" tenha uma configuração diversa: ela passa a ser cooperativa e compartilhada.

Nesse novo tipo de autoria, os textos, ao serem compartilhados e visualizados por um número indistinto de leitores/autores, se torna permeável e passível de alterações, incursões, recriações. Esse novo tipo de autoria acompanha o movimento no qual estamos atualmente inseridos e do qual não conseguimos mais nos distanciar principalmente enquanto educadores e alunos. 

Um dos recursos tecnológicos mais utilizados para a comunicação e para o compartilhamento de textos e informações  entre educadores e alunos é, sem dúvida, o “weblog” ou simplesmente "blog" (diário na rede virtual). Através dessa ferramenta, professores solicitam tarefas, mandam devolutivas, fazem comentários e acabam criando uma proximidade com seus alunos diferente daquela tradicional, mediada por lousa, giz e apagador!
Os alunos, por sua vez, se valem do ambiente para postagens de trabalhos e para acessar links, imagens, vídeos  pré-selecionados pelo professor, possibilitando a ampliação da apropriação do conteúdo visto em sala de aula.

Especificamente para os alunos do curso de Letras, essa ferramenta é altamente eficaz pois facilita o trânsito entre as produções textuais  "individuais" e o professor,  incita o compartilhamento de textos entre  colegas "seguidores",  viabiliza a rapidez de uma devolutiva e, consequentemente, o aprimoramento dos trabalhos.   

Bakhtin define como “polifonia” esse processo coletivo de formação de textos, por meio  do qual se podem “ouvir” várias vozes ativas e participativas de sua construção.  Através da possibilidade de troca de idéias e inserção de comentários de terceiros, acesso fácil e atualização rápida de dados há o surgimento do que pode ser chamado de um “ambiente cooperativo.”

Outro ponto favorável nesse tipo de atividade é a interação promovida: o conhecimento é partilhado, construído em conjunto, enquanto as partes agregam conhecimento a cada intervenção/interação, nunca deixando de lado a mediação do professor. 

Vygotsky declara que essa forma de aprendizagem se dá através da Zona de Desenvolvimento Proximal, ou seja, um indivíduo se utiliza da linguagem como meio de estruturar o conhecimento adquirido, significando o pensamento um do outro. 
Por esses motivos, a construção e uso de blogs pelos alunos vem sendo efetivamente incentivada por professores.

A dinamicidade e funcionalidade  do ambiente virtual também estimula o uso já que vem ao encontro das necessidades do público o qual já está habituado a interagir em outros ambientes virtuais  tais como redes sociais, internet e se sente à vontade, com algumas exceções, em poder fazer uso da tecnologia também durante seus momentos de aprendizado.

Referência: Mantovani, Ana Margô: “Blogs na educação: construindo novos espaços de autoria na prática pedagógica.”. Disponível em: “http://www.inf.ufes.br/~cvnascimento/artigos/18_ana_margo_mantovani_prisma.pdf”      


Thursday, May 2, 2013

Naveguei, naveguei and... here I am!

 
Olá todos!
 
É com muito prazer que, após três anos, retomo as atividades nesse blog.
 
Fiquei realmente surpresa ao me deparar novamente não com o blog, mas com aquele período da minha vida que, apesar de tão perto, parece estar tão longe!
 
Foram momentos difíceis e, dentre tantos amigos e incentivadores,  Fernando Pessoa sempre esteve comigo: "Navegar é preciso! Navegar é preciso!" - não sabia ao certo para onde, mas eu precisava navegar! Navegando e rezando muito para Nossa Senhora, olha só onde vim parar! De volta à minha terra natal, cercada de muuuuitos amigos e pessoas que olham para o meu Destino e me enxergam e me aceitam como eu sou!
 
Dentro do pacote de "milagres" veja só: estou (finalmente!) me formando em Letras esse ano e tive a graça de encontrar pessoas muito especiais (mais algumas!) e, dentre elas, a professora Eleandra Lelli, gente finíssima!  
 
Enfim, é dela a culpa de eu ter me defrontado com esse passado tão perto, mas ao mesmo tempo, tão distante!
 
A partir de hoje serão postados os textos produzidos por mim nessa reta final do curso! Hope you all enjoy!
 
That´s it!    

Primeiro post de Metodologia da Língua Portuguesa - professora Eleandra.

 
JOVEM TENTA SUICÍDIO APÓS FINAL DE RELACIONAMENTO.

Após desilusão amorosa, jovem decide pôr fim à vida e é salva por amigas.
 
Na noite do dia 19, Joana Maria Castanho, vendedora de 26 anos, foi encontrada desacordada por duas amigas, na cozinha de sua residência na zona Sul da cidade.
 
Segundo relatos de vizinhos, já passava das 22 horas quando, após mais uma grave discussão entre ela e seu ex companheiro, João Antonio Pires, mecânico de 33 anos, a moça tentou se suicidar.
Após deixar o hospital, dois dias após o ocorrido, ela prestou depoimento policial e explicou que inalou gás de cozinha depois de constatar que João havia deixado o lar e levado com ele todos os pertences do casal.
 
Apesar do susto, a saúde de Joana não inspira maiores cuidados, porém, a jovem necessitará de acompanhamento psicológico, segundo os médicos que a atenderam.
 
Desempregada há seis meses e sem nenhum parente na cidade, Joana decidiu recomeçar a vida ao lado dos irmãos, na cidade interiorana de Vaz de Lima, há 200 quilômetros de São Paulo.